quarta-feira, 20 de março de 2013

A arte fala a verdade.


A Igreja Católica sempre viu na arte uma forma de comunicar ao mundo a verdade de Cristo, verdade essa, que encerra em si toda a verdade sobre Deus e sobre a humanidade.
Sem duvidas, a Igreja atenta às Sagradas Escrituras e ao mais nobre do pensamento humano, deu a arte um “status” de força evangelizadora, neste sentido encontramos toda uma doutrina sobre a Via pulcritudinis, coisa bastante discutida entre os teólogos da Igreja e posta em pratica pelos Papas, Cardeais e Bispos chamados mecenas ou patronos da arte.
O vaticano, nos dias 26 e 27 de março do ano de 2006, por meio do Pontifício Conselho para a Cultura, promoveu uma discussão sobre a arte como evangelização, o encontro teve por tema a seguinte expressão: “A via pulchritudinis, caminho privilegiado de evangelização e de diálogo”.
 No documento final encontramos essa passagem: “Em tal perspectiva, a “via pulchritudinis” se apresenta como um itinerário privilegiado para aproximar muitos daqueles que tem grande dificuldades para receberem o ensinamento, sobretudo moral, da Igreja”.
Nestes dias de Sede Vacante e de Início do Pontificado de Sua Santidade o Papa Francisco os meios de comunicação de todo  o mundo fizeram circular em todo o globo terrestre as imagens do Vaticano, de seus museus e de suas capelas. O mundo voltou, apenas que ilusoriamente, a ter em Roma seu centro e cabeça e a praça de São Pedro tornou-se a Ágora moderna.
Como não ver em cada pedra um ensinamento? Como não ver em cada pintura uma Doutrina? Como não os princípios do Cristianismo expostos aos olhos da alma por meio de mãos habilidosas e dotadas de sensibilidade que tornou o artista um verdadeiro teologo?
Neste sentido, quero chamar atenção, para duas representações encontradas na Patriarcal Basílica de São Pedro. a primeira encontra-se na parte interna do teto do grandioso "Baldaquinho de Bernini", encontra-se nele uma imagem do Espírito Santo; a segunda imagem, também do Espírito Santo, encontramos ao fundo da Basílica, sobre o Altar da Cátedra, na obra chamada de "Glória de Bernini" que faz uma belíssima alusão a Doutrina Eclesiológica do Sumo Pontificado Romano, cuja potestade vem de Cristo e radica-se em Pedro e, por seu meio, estendendo-se até o fim dos tempos nos seus sucessores.
Não quero deter-me aos minuciosos detalhes, nem tampouco explicar pormenorizadamente a teologia encontrada nestes dois pontos da imensa Basílica Vaticana, todavia, quero apenas aludir que os dois pontos retratam a mesma verdade, ou seja, exprimem, ambos, que sobre o poder de Pedro, o poder da Cátedra está o auxilio perene do Espírito Santo, conforme nos prometeu Nosso Senhor ao dizer: “Quando vier o espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena”(Jo 16,13). Esse defensor nos garante que “As portas do inferno nunca prevalecerão sobre a Igreja”( Cf. Mt 16,18) e que o timão da Igreja sempre será direcionado aos porto seguro da salvação.
Quando lemos, ouvimos e até mesmo percebemos que católicos, os mais tradicionalistas ( não gosto de denominá-los de tradicionalistas, pois não o são. Eles entendem a tradição apenas como devoção aos Papas-Reis e apenas a partir de um certo período, esquecendo-se que a Igreja é Apostólica e não começou no século X ou XI) pois bem, quando tomamos conhecimento que católicos se arrogam o direito de concordar e discordar do papa de acordo com o seu interesse vemos claramente que não acreditam no que os símbolos acima mencionados exprimem. Em outras palavras, concordam que a arte é importante meio de comunicar Cristo, concordam que as imagens postas por Bernini falam – sem falar –  ao mundo que sobre o Papa está a assistência do Espírito Santo, mas na verdade, não creem, concordam e, no entanto, não creem.
Aqui surge um grande problema de lógica, pois as premissas não batem com a conclusão. Os chamados tradicionalistas são grandes desconhecedores da lógica, tanto da lógica formal, quanto e, sobretudo, da lógica Evangélica. Aqui encontram uma grande dificuldades para a sua fé que reside principalmente no fato de querer das às mesmas respostas às perguntas diferentes e enquadrar Deus e a Igreja nas suas mesquinhas categorias.
A nossa oração, devoção e total submissão ao Sucessor de São Pedro, pois cremos no que Bernini pintou e no que a Igreja crê.

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