A Igreja
Católica sempre viu na arte uma forma de comunicar ao mundo a verdade de Cristo,
verdade essa, que encerra em si toda a verdade sobre Deus e sobre a humanidade.
Sem duvidas,
a Igreja atenta às Sagradas Escrituras e ao mais nobre do pensamento humano,
deu a arte um “status” de força evangelizadora, neste sentido encontramos toda
uma doutrina sobre a Via pulcritudinis, coisa bastante discutida entre os
teólogos da Igreja e posta em pratica pelos Papas, Cardeais e Bispos chamados
mecenas ou patronos da arte.
O vaticano,
nos dias 26 e 27 de março do ano de 2006, por meio do Pontifício Conselho para
a Cultura, promoveu uma discussão sobre a arte como evangelização, o encontro
teve por tema a seguinte expressão: “A via pulchritudinis, caminho privilegiado
de evangelização e de diálogo”.
No documento final encontramos essa passagem:
“Em tal perspectiva, a “via pulchritudinis” se apresenta como um itinerário
privilegiado para aproximar muitos daqueles que tem grande dificuldades para
receberem o ensinamento, sobretudo moral, da Igreja”.
Nestes dias
de Sede Vacante e de Início do Pontificado de Sua Santidade o Papa Francisco os
meios de comunicação de todo o mundo
fizeram circular em todo o globo terrestre as imagens do Vaticano, de seus
museus e de suas capelas. O mundo voltou, apenas que ilusoriamente, a ter em
Roma seu centro e cabeça e a praça de São Pedro tornou-se a Ágora moderna.
Como não ver
em cada pedra um ensinamento?
Como não ver em cada pintura uma Doutrina?
Como não os princípios do Cristianismo expostos aos olhos da alma por meio de
mãos habilidosas e dotadas de sensibilidade que tornou o artista um verdadeiro teologo?
Neste sentido,
quero chamar atenção, para duas representações encontradas na Patriarcal
Basílica de São Pedro. a primeira encontra-se na parte interna do teto do
grandioso "Baldaquinho de Bernini", encontra-se nele uma imagem do
Espírito Santo; a segunda imagem, também do Espírito Santo, encontramos ao
fundo da Basílica, sobre o Altar da Cátedra, na obra chamada de "Glória de
Bernini" que faz uma belíssima alusão a Doutrina Eclesiológica do Sumo
Pontificado Romano, cuja potestade vem de Cristo e radica-se em Pedro e, por
seu meio, estendendo-se até o fim dos tempos nos seus sucessores.
Não quero
deter-me aos minuciosos detalhes, nem tampouco explicar pormenorizadamente a teologia
encontrada nestes dois pontos da imensa Basílica Vaticana, todavia, quero
apenas aludir que os dois pontos retratam a mesma verdade, ou seja, exprimem,
ambos, que sobre o poder de Pedro, o poder da Cátedra está o auxilio perene do
Espírito Santo, conforme nos prometeu Nosso Senhor ao dizer: “Quando vier o
espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena”(Jo 16,13). Esse defensor
nos garante que “As portas do inferno nunca prevalecerão sobre a Igreja”( Cf. Mt
16,18) e que o timão da Igreja sempre será direcionado aos porto seguro da
salvação.
Quando lemos,
ouvimos e até mesmo percebemos que católicos, os mais tradicionalistas ( não gosto
de denominá-los de tradicionalistas, pois não o são. Eles entendem a tradição
apenas como devoção aos Papas-Reis e apenas a partir de um certo período,
esquecendo-se que a Igreja é Apostólica e não começou no século X ou XI) pois bem,
quando tomamos conhecimento que católicos se arrogam o direito de concordar e
discordar do papa de acordo com o seu interesse vemos claramente que não
acreditam no que os símbolos acima mencionados exprimem. Em outras palavras, concordam
que a arte é importante meio de comunicar Cristo, concordam que as imagens postas
por Bernini falam – sem falar – ao mundo
que sobre o Papa está a assistência do Espírito Santo, mas na verdade, não
creem, concordam e, no entanto, não creem.
Aqui surge um
grande problema de lógica, pois as premissas não batem com a conclusão. Os chamados
tradicionalistas são grandes desconhecedores da lógica, tanto da lógica formal,
quanto e, sobretudo, da lógica Evangélica. Aqui encontram uma grande dificuldades
para a sua fé que reside principalmente no fato de querer das às mesmas
respostas às perguntas diferentes e enquadrar Deus e a Igreja nas suas
mesquinhas categorias.
A nossa
oração, devoção e total submissão ao Sucessor de São Pedro, pois cremos no que
Bernini pintou e no que a Igreja crê.
Nenhum comentário:
Postar um comentário